Mobbing: STOP aos abusos, SIM aos Limites!

Mobbing: STOP aos abusos, SIM aos Limites!

Quantas vezes te deparaste na vida com situações nas quais não conseguiste estabelecer os teus limites e foste vítima de humilhação ou abuso consciente ou inconsciente?

Quantas vezes deixaste que fossem os outros a conduzir as rédeas da tua vida e não tiveste a força necessária para colocar o pé no travão e simplesmente dizer NÃO ou um BASTA em voz alta?

Qual o padrão de relacionamento vigente na tua árvore genealógica do lado materno e paterno, de mulher para mulher, de mulher com o homem e de homem com o homem. Qual tipo de autoridade que é exercida?Reconheces algum tipo de abuso?

Sabemos que os limites começam na infância e que conseguimos percebê-los na relação com os nossos pais e irmãos, assim como no estabelecimento de laços com as nossas primeiras figuras de identificação: educadores e cuidadores. É frequente verificar como as crianças expressam dificuldades em identificar o seu espaço e uma clara incapacidade em criar zonas de proteção, de respeito e de limites com o “outro”.

Também se diz que colocar limites internos e externos é sinônimo de amor e que os limites são fundamentais para o estabelecimento de relações saudáveis e equilibradas. Impera a necessidade de refletirmos sobre os limites que colocamos aos nossos filhos, aos nossos amigos, aos nossos colegas de trabalho e superiores, aos nossos pais e em nós próprios nas relações com os mesmos. Sermos firmes e coerentes nas nossas tomadas de decisão e na forma como comunicamos os nossos valores e a mensagem daquilo que somos, pensamos e sentimos, assim como observar-nos com assiduidade na relação connosco e com o outro, formam parte de algumas das estratégias que podem ser úteis para criar a tal barreira entre nós e o (s) outro (s), de forma a salvaguardar em todo o momento o respeito pela nossa integridade e pela liberdade de expressão do nosso “ser”.

Na Psicogenealogia e no trabalho que desenvolvo a partir das árvores genealógicas e da recolha de dados sobre as histórias de família, tenho vindo a detetar inúmeras situações de abuso que são caladas, escondidas e mantidas em segredo no cofre na árvore. Tudo aquilo que é escondido e abafado na história de uma árvore, acaba por se manifestar mais tarde numa geração futura de forma intensa e muitas vezes inexplicável. A pessoa que me consulta normalmente diz sentir-se presa numa rede, numa jaula ou numa prisão e não consegue de forma alguma libertar-se deste contexto de sofrimento e angustia. Diz sentir também uma profunda impotência por ser incapaz de construir relações estáveis e “não tóxicas”, tanto a nível familiar, social como profissional. É por isso fundamental identificar que podemos estar perante a armadilha da nossa árvore e que o tipo de relação que estabelecemos é determinada por um padrão de abuso repetitivo e por uma lealdade inconsciente a uma árvore doente, abusiva e abusada.

Chegamos então ao Mobbing ou Bullying Laboral que define um tipo especifico de ABUSO e de MAU-TRATO, de forma intencional e sistemática no contexto laboral, sob a forma de comportamentos subversivos, assédio moral, descriminação, humilhação, manipulação ou de chantagem, por chefias ou pelos colegas. A pessoa é vítima de maus-tratos diretos ou indiretos de forma repetitiva e consistente que põem em causa a sua dignidade, integridade física e psicológica, desencadeando consequentemente estados de ansiedade generalizada, quadros clínicos de esgotamento, burn-out e/ou depressão. Na maioria das vezes, a pessoa não consegue desenvolver estratégias eficazes para travar esse tipo de relacionamento abusivo; sente medo, terror ou mesmo pânico quando tem de enfrentar a situação e os “bullies” e acaba por deixar que estes a descriminem e forcem a agir de forma desconsiderada, anti-ética e contra os seus principais valores morais.

Começa por observar-te nos vários contextos relacionais da tua vida e identifica qual o teu padrão de relacionamento predominante. Consegues estabelecer barreiras com as pessoas com quem interages diariamente? O que sentes quando essas barreiras são quebradas? Que estratégias utilizas para colocar esses limites? Como te relacionas com os teus colegas e superiores no contexto de trabalho? Sente-se respeitado/a? Sente-te valorizado/a? Quais os motivos que te fazem permanecer num local de trabalho no qual te sentes descriminado/a?

DIZ STOP AOS ABUSOS! SIM AOS LIMITES! BE FREE!!!

Para informações adicionais sobre este tema consulta o artigo 29 do Código do trabalho. Comunica o teu caso à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) ou à Autoridade para as condições do trabalho (ACT).

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